Maternidades Municipais pedem reforço de doadores de sangue
Em meio à pandemia do coronavírus, número de doações de sangue caiu e unidades municipais que dependem do Hemocentro estão receosas de ter menos agilidade no processo de recebimento das bolsas
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que apenas 1,6% dos brasileiros doam sangue, sendo que o número ideal de doadores para suprir a demanda existente seria entre 3% e 5%. Neste mês, chamado “Junho Vermelho”, os Hemocentros realizam uma campanha para conscientizar a população sobre a importância de doar sangue e são endossados por unidades de saúde como o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), que dependem das bolsas de sangue da instituição para o tratamento de seus pacientes.
Responsável pelo laboratório e pela agência transfusional da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (FUNDAHC), gestora da MNC, do HMDI e do HMMCC, Hérika Costa explica que, neste momento de pandemia do coronavírus, as unidades têm consumido mais sangue, principalmente para o tratamento de pessoas com suspeita ou positivadas para a COVID-19, o que reforça a necessidade de mais doações.
“Está mais difícil porque as pessoas têm ido menos aos hemocentros fazer doações, tendo como consequência a baixa significa do estoque que atende a população. Então frisamos a importância de as pessoas continuarem doando. O hemocentro está atendendo com horário marcado para evitar aglomerações, tem uma triagem muito bem-feita para não termos pessoas em curso de COVID-19. Pedimos, inclusive, que se a pessoa estiver com algum sintoma, ou resfriada, não vá fazer a doação, aguarde até estar em bom estado de saúde”, afirma Hérika.
Nas unidades geridas pela FUNDHAC, as bolsas são utilizadas principalmente para os bebês prematuros que ficam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no caso do HMDI, e na Sala de Cuidados Especiais da MNC para que restabeleçam seu quadro de saúde e melhorem o padrão respiratório, que muitas vezes está prejudicado por conta da doença hemolítica do recém-nascido. Para as pacientes adultas, Hérika conta que as bolsas chegam para repor perda excessiva de sangue, o que pode acontecer por diversos motivos durante o parto. “As bolsas são necessárias para repor o volume de sangue perdido e para que a paciente tenha seu quadro estabelecido novamente”. Só no HMDI, de janeiro a maio, foram feitas mais de 460 transfusões.
No HMMCC, unidade que funciona atualmente apenas como referência para suspeitos ou confirmados da COVID-19, as bolsas vindas do Hemocentro são usadas para aumentar a hemoglobina dos pacientes. “Existem, inclusive, protocolos de tratamento que incluem uso de sangue, do plasma principalmente”, afirma Hérika, completando que as bolsas de hemácias também são importantes para suprir a necessidade de aumento de hemoglobina, quadro muito comum nos pacientes com uso de ventilação mecânica. “Precisamos melhorar o aporte de oxigênio ou volume de sangue nos casos de pacientes com sangramento ou distúrbio de coagulação, então as bolsas são fundamentais também no tratamento da COVID”, diz.
Uma doação, quatro pessoas salvas
Um dado importantíssimo para estimular a doação é o fato que de uma única pessoa pode contribuir para a melhora do quadro clínico de quatro pacientes diferentes. Isso acontece porque depois de doado, o sangue é processo e fracionado em componentes sanguíneos, sendo feitas quatro bolsas distintas: de hemácias, plasma, plaquetas e crioprecipitado. “Cada um desses hemocomponentes é utilizado para uma finalidade diferente no tratamento das diversas patologias. Por isso a importância de manter o estoque no banco de sangue, pronto para atender quem precisar”, finaliza Hérika Costa.
Quem pode doar? (informações do Hemocentro de Goiânia)
Os requisitos básicos para passar pela entrevista pré-doação de sangue são: estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 60 anos, sendo que antes de completar 18 anos é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis. A orientação é que doadores acima de 60 anos, fiquem em casa, visto que são pessoas do grupo de risco do novo coronavírus. Quem tomou a vacina da febre amarela deve aguardar 30 dias para fazer uma doação. Já para vacina contra gripe, o prazo é de 48 horas.
Agende sua doação no Hemocentro de Goiás pelo site agenda.hemocentro.org.br ou pelo telefone 0800 642 0457 e evite aglomerações.
Foto: Fabiana Assis/G1
Geladeira para manter as bolsas de sangue no Hospital e Maternidade Dona Iris
Por Monique Pacheco - Assessora de Comunicação da FUNDAHC
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