Maternidades municipais alertam população a buscar atendimento apenas em casos emergenciais ou em suspeita de trabalho de parto

“Precisamos de compreensão da população para que não procurem as maternidades em casos de sintomas considerados leves na gestação, como contrações espaçadas, dores musculares e outras dores já identificadas como não sendo graves”. A fala é do médico Denes Ribeiro, diretor-técnico do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), com o intuito de evitar a propagação do COVID-19 entre pacientes e profissionais de saúde, o que poderia prejudicar o atendimento à população.

O médico reforça que as pessoas que apresentem sintomas leves de gripe devem ficar em casa, buscando atendimento apenas no caso do quadro se agravar. “Adotamos todas as medidas necessárias para evitar contágio e pedimos agora bom senso e empatia. Temos que cuidar também dos profissionais de saúde, para não haver impacto no funcionamento da maternidade”, pondera, destacando que as maternidades não são unidades referência para o tratamento do vírus.

Ana Carolina Lemes David Portes, médica infectologista da unidade, explica que o isolamento social é a forma mais eficiente de evitar a propagação do vírus, já que ainda não existe tratamento ou vacina contra o COVID-19: “O distanciamento social, que consiste na adoção de ações voluntárias para evitar contato físico com outras pessoas e aglomerações, contribui para uma menor disseminação do vírus. Não frequentar locais lotados, evitar pegar transporte público, não cumprimentar com beijos, aperto de mão ou abraços, e manter a distância de pelo menos dois metros um do outro são atitudes que podem ajudar a achatar a curva de infectados”.

Tanto no HMDI quanto na Maternidade Nascer Cidadão (MNC), a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FUNDAHC), responsável pela gestão de ambas as maternidades, definiu estratégias de capacitação e planos de contingência para evitar a propagação do vírus COVID-19.

As visitas às gestantes e puérperas internadas foram suspensas e há restrição de permanência de acompanhantes na emergência.

O diretor-técnico da MNC, Rogério Cândido Rocha, explica que estão sendo ofertadas máscaras às pessoas com suspeita de contaminação, além da orientação ao uso do álcool em gel. “Criamos protocolo de atendimento para pacientes com suspeita de infecção e todos funcionários estão treinados: médicos, enfermeiros, profissionais administrativos e equipe multidisciplinar, inclusive recepção”, ressalta, lembrando que os protocolos de biossegurança também estão sendo seguidos rigorosamente para proteger as equipes de saúde.