Especialistas orientam grávidas a se vacinarem contra a COVID-19
Profissionais do HMDI e do HMMCC destacam que Coronavc e Pfizer são aprovadas para gestantes e reforçam a imunização como a maneira mais eficaz para evitar formas graves da doença
Desde dezembro de 2020, quando iniciou os atendimentos a gestantes com suspeita ou confirmação de COVID, o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) já realizou mais de 290 internações. Destas, 252 receberam alta, 11 estão internadas em alojamento conjunto, nove estão em tratamento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e 19 foram a óbito.
Segundo a coordenadora de Ginecologia e Obstetrícia da unidade, dra. Ana Tamires Perini, além do número de grávidas e puérperas encaminhadas ao hospital pela Regulação da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia ter aumentado significamente desde março, a situação em que essas mulheres chegam à unidade é preocupante. "Nós temos visto pacientes chegando muito graves ao hospital, com muita falta de ar, necessitando de assistência respiratória e até mesmo internação em UTI", relata.
A solução já apontada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e reforçada pelos especialistas para minimizar as internações graves de mulheres com a doença é a vacinação. Até o momento, gestantes e puérperas podem se vacinar com doses da Coronavac e da Pfizer. Não está autorizada imunização deste grupo com Astrazeneca.
"Precisamos falar para as gestantes e puérperas não terem medo. Mesmo no primeiro trimestre, a gente está recomendando vacinar devido à gravidade dos casos. O benefício da vacinação é muito maior do que o risco de ter um caso grave da doença", assinala a ginecologista Ana Tamires.
No Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI), unidade de saúde de alto risco, a recomendação para vacinação está sendo reforçada entre todos os profissionais e pacientes, principalmente após informe epidemiológico encaminhado pela Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES) reportando aumento no número de casos de COVID-19 no estado.
"Conclamamos a todos os médicos que reforcem as medidas de biossegurança previamente conhecidas, pratiquem o distanciamento social e solicitem às grávidas que procurem a vacinação", disse o diretor-técnico do HMDI, dr. Denes Ribeiro, em recado transmitido aos colaboradores da unidade.
A infectologista do hospital, dra. Ana Carolina Lemes David Portes, lembra que a vacina não previne 100% dos casos da doença, mas as formas graves, portanto, os cuidados básicos de higiene devem ser mantidos a todo momento. "Mesmo com a diminuição das restrições, o distanciamento físico, o uso de máscaras e a higiene de mãos de forma adequada continuam sendo imprescindíveis para evitar o contágio pelo vírus. Gestantes são grupo de risco para doença grave por covid e a vacina está disponível. Gestantes, não deixem de se vacinar!", assinala a médica.
Acompanhantes
De acordo com dr. Denes Ribeiro, é notório o número de pacientes com confirmação ou suspeita da COVID-19 que permanecem no HMDI aguardando vagas na unidade referenciada para o tratamento da doença, o HMMCC. "Infelizmente, as transferências têm se tornado difíceis justamente pela ocupação de leitos na Maternidade Célia Câmara. Por isso, precisamos da união de todos os médicos para vencermos essa doença", diz.
Com objetivo de evitar aglomerações dentro do hospital, minimizando, assim, os riscos de transmissão da COVID e, consequentemente, o impacto às grávidas, puérperas, familiares e os próprios profissionais da unidade, o Comitê de Gerenciamento de Crise do HMDI decidiu limitar a presença de apenas um acompanhante para as gestantes internadas. A parturiente pode escolher entre a doula ou outra pessoa de sua confiança para permanecer com ela durante todo o período de internação. A medida foi adotada levando em consideração a realidade da unidade de saúde, de alto risco, com ampla demanda e situações corriqueiras de superlotação.
Por Monique Pacheco, assessora de comunicação da FUNDAHC
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