Terapia em rede beneficia bebês de UTI
Método de humanização usado no HMMCC lembra posição do útero materno e ajuda no desenvolvimento de recém-nascidos prematuros
A cena de um recém-nascido prematuro internado em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) deitado confortavelmente em uma rede de balanço pode parecer peculiar aos leigos, mas o método tem uma razão de ser. Estudos mostram que a chamada Terapia em Rede compreende um posicionamento que visa a simular o útero materno, posicionando o bebê de forma adequada e propiciando aconchego.
Naturalmente, ao longo da gestação, o bebê se movimenta contra as paredes do útero e realiza constantemente a flexão dos músculos inferiores e superiores, gerando ganho de tônus muscular. Além disso, essa ação estimula o Sistema Nervoso Central do feto. Por não ficarem tempo suficiente no ambiente intrauterino, os recém-nascidos prematuros, chamados prétermos (RNPT), costumam ter prejuízo neste processo, que acontece, principalmente, no terceiro trimestre de gestação.
"Atuando por meio de estímulos primitivos, a terapia em rede promove a melhora do estado comportamental e da adequação do tônus muscular desses recém-nascidos sem prejuízo aos sinais vitais", conta Mayara Olímpio Pinto, fisioterapeuta responsável pela introdução do método no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC). Segundo a profissional, o método é uma forma de humanização, trazendo também benefícios ao estado comportamental do bebê.
As redes são feitas de tecido de algodão especificamente para incubadoras UTI Neonatais e não são indicadas para todos os bebês. "A literatura traz apenas uma contraindicação formal para o posicionamento em rede, para lactentes com broncodisplasia broncopulmonar dependentes de oxigenoterapia, pois esses podem experimentar hipoxemia severa nessa condição", explica Mayara, reforçando que o método não é de uso contínuo ou diário, e que equipe multidisciplinar neonatal é responsável por prescrever a terapia de acordo com as necessidades de cada paciente.
Por Monique Pacheco, Assessora de Comunicação da FUNDAHC
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