Humanização em UTIs Neonatais traz esperança a pais de bebês prematuros
Maternidades Dona Íris e Célia Câmara realizaram ações de Dia dos Pais para fortalecer a família e facilitar o processo de internação
O nascimento de um bebê de risco que necessita de internação muda radicalmente a rotina de vida dos pais. Eles precisarão de ajuda para estabelecer um bom relacionamento com o bebê, a rotina muitas vezes não esperada dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e desenvolver a parentalidade.
“O nascimento de risco coloca a maternidade/paternidade em suspenso. É um corte brusco no processo de construção do bebê que irá se confrontar com o bebê real da incubadora. Além de ter que lidar com esse luto simbólico diante da presentificação do bebê real, os pais terão de lidar com a iminência da morte e a possibilidade de um luto concreto”, explica Rafaela Paula Marciano, psicóloga do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI).
Tendo em vista este contexto e afim de promover a humanização da assistência à saúde, as equipes de psicologia do HMDI e do Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC) realizaram atividades espaciais para celebrar o Dia dos Pais. “Sabemos que, às vezes, por demanda de trabalho, eles não conseguem estar tão presentes quanto às mães, então quisemos valorizar a presença deles na UTIN, na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) e também no Alojamento Conjunto (Alcon), trazendo proximidade”, pontua Andreza Mariz, psicóloga HMMCC, destacando que, para muitos deles, foi o primeiro Dia dos Pais, então ter o bebê internado, longe de casa, é uma experiência difícil.
No Célia Câmara, foram criados cartões com mensagem breve e o carimbo dos pezinhos dos bebês. “A ideia foi deixar uma marca, um registro deste período, uma homenagem do bebê ao seu genitor. Foi muito interessante, os pais ficaram muito emocionados, reflexivos em relação ao distanciamento do filho. Além disso, fizemos um mural de fotos para deixar a marca deles no espaço”, descreve Andreza.
Na Maternidade Dona Íris, a equipe realizou um registro fotográfico dos bebês internados vestidos de super-heróis. As roupas que enfeitaram os recém-nascidos foram feitas pela própria equipe da maternidade como valor simbólico que demonstrasse a força dos pequenos que, desde o nascimento, lutam pela vida. “Assim como Flash e o Homem Aranha, são bebês velozes demais, que nasceram cedo demais. São bebês pequenos, frágeis, mas que possuem uma força fenomenal, como a Mulher Maravilha e o Superman. Bebês que passam por procedimentos invasivos, cirurgias, internações prolongadas e que são resistentes, como o Capitão América”, relata Rafaela.
Os registros fotográficos feitos pela fotógrafa e doula Michelle Oliveira e por Guilherme Almeida, supervisor de custos da maternidade, foram entregues aos pais em comemoração ao Dia dos Pais e às mães que cuidam sozinhas de seus filhos.
O objetivo da ação, conforme conta a psicóloga, foi construir um olhar crítico sobre o cotidiano das crianças internadas, minimizando o trauma que pode ser ocasionado pela experiência de hospitalização de um filho. “A ação buscou mobilizar, através da leitura de imagens fotográficas, a produção de diferentes narrativas que contribuam e facilitem o processo de humanização na unidade, tornando a família e o paciente focos centrais da atenção, possibilitando uma outra forma de ver a recuperação do bebê”, diz a psicóloga, idealizadora da ação junto com a colega de profissão Nayara Ruben Calaça Di Menezes.
A atividade teve o apoio da coordenação multiprofissional do HMDI, da coordenadora do Centro de Estudos, Patrícia Evangelista, e do supervisor de almoxarifado, Lécio Duarte.
Confira os registros:
Por Monique Pacheco, assessora de comunicação da FUNDAHC, com informações da Psicologia do HMDI.
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