Setembro Amarelo

Setembro Amarelo: é preciso falar sobre suicídio  

On 09/10/20 11:26 . Updated at 07/07/23 22:42 .

Ações corriqueiras como prestar gentilezas e observar as pessoas a nossa volta podem contribuir com a prevenção a essa atitude trágica

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. Por ano, são cerca de 800 mil pessoas que tiram a própria vida e um número ainda maior tenta fazê-lo. No mundo, é a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, são 32 mortes diárias, o que significa que o suicídio mata mais brasileiros do que doenças como a AIDS e o câncer.

O volume assustador deu origem ao Setembro Amarelo, movimento de valorização da vida. Neste 10 de setembro, “Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio”, somos convidados a refletir nossas atitudes com o próximo e a olhar para nós mesmos: estamos de fato dando a devida atenção à saúde emocional e psíquica, principais fatores de risco ao suicídio?!

As redes sociais, que podem ser demasiadamente cruéis em muitos momentos, entram como aliada ao Setembro Amarelo. Curtidas, likes, comentários positivos, elogios... pequenas gentilezas diárias podem ser motivadoras e levar positividade a quem esteja precisando.

No dia a dia, olhar atentamente a família, amigos e colegas de trabalho e oferecer ajuda quando julgar necessário também contribuem com a prevenção ao suicídio. Falar sobre o assunto sem que seja um tabu é fundamental para estimular que pessoas busquem auxílio profissional, necessário para o tratamento correto das causas que levam a essa atitude.

Causas

Entre os principais motivos que levam uma pessoa ao suicídio ou a uma tentativa estão os transtornos de humor como depressão e transtorno bipolar; abuso de drogas lícitas e ilícitas; dores crônicas; doenças graves como câncer e HIV; problemas financeiros, familiares e amorosos. Além destes, conflitos de gênero, abusos (principalmente aqueles sofridos na infância) e perda de entes queridos podem desencadear ações suicidas. 

As taxas de suicídio também são elevadas nos grupos de minoria, como indígenas, imigrantes e refugiados, gays, lésbicas, transexuais e transgêneros. Mas o fator de risco mais preocupante e que mais precisa nos deixar em estado de alerta, é a tentativa anterior ao suicídio.

Como contribuir com a prevenção do suicídio

Pensando em todos estes dados, é preciso estarmos cada vez mais atentos aos nossos filhos, pais, irmãos, colegas de trabalho, todos a nossa volta, pois os sinais existem, muitas vezes de forma clara, com frases como: “Vou fazer meu testamento pois não sei até quando estarei aqui”, “Não sei até quando suportarei essa situação”, “Minha vida não tem mais sentido”. Ao invés de levar na brincadeira, achar que a pessoa está sendo dramática, exagerada, ou até mesmo querendo chamar atenção, vamos dar a devida importância: isso pode ser um pedido de socorro.

É papel de cada indivíduo e também do governo prestar suporte e estar atento ao sofrimento das pessoas. Isso significa estar presente, ouvir atentamente, chamar por ajuda que muitas vezes deve vir por um psicólogo ou psiquiatra, mas muitas vezes pode vir de alguém que não é um profissional da saúde, mas que está disposto a ouvir, a praticar a empatia e a se colocar no lugar do outro.

Uma importante frente de prevenção ao suicídio é ampliar ações de educação e conscientização da população sobre temas como transtornos mentais. É imprescindível incentivar as pessoas a buscarem ajuda se precisarem, enfatizando que o suicídio é uma morte evitável.

Se você conhece alguém que dá sinais de estar com problemas, sejam quais forem, converse. Falar sobre suicídio não dará a ela ideia sobre uma alternativa para acabar com o sofrimento e sim uma possibilidade de ajuda. Ou se você mesmo se encontra em um momento difícil, procure pessoas e profissionais que possam te ajudar ou ligue para 188, Centro de Valorização da Vida (CVV).

Cada suicídio é uma tragédia que afeta famílias, comunidades e países inteiros e tem efeitos duradouros sobre as pessoas deixadas para trás.

Valorize as pessoas, valorize a vida.

Setembro Amarelo

Por Fernanda Figueiredo e Monique Pacheco – Gestão de Pessoas e Comunicação da FUNDAHC

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