Workstation atende aos mais altos padrões exigidos para a reprodução assistida

FUNDAHC Compartilha: Workstation aperfeiçoa fertilização in vitro

Em 22/02/22 15:42. Atualizada em 07/07/23 22:42.

Equipamento instalado com ajuda da FUNDAÇÃO auxilia no melhor controle do ambiente para a reprodução assistida, aperfeiçoando serviço oferecido à população

Confira abaixo a matéria publicada pelo Jornal da UFG na íntegra

 

Novo equipamento do Laboratório de Reprodução Humana da UFG aperfeiçoa serviço oferecido à população

Workstation atende aos mais altos padrões exigidos para a reprodução assistida

Por Mariza Fernandes

Foi durante um congresso internacional europeu, em 2019, que os pesquisadores do Laboratório de Reprodução Humana (LabRep) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/Ebserh UFG) tiveram o primeiro contato com a tecnologia que poderia aperfeiçoar ainda mais a qualidade do serviço prestado à comunidade e das pesquisas desenvolvidas por eles: a Workstation (estação de trabalho) é um equipamento que ajuda a garantir que os embriões manuseados no LabRep estejam em um ambiente que seja o mais parecido possível com as condições presentes no corpo humano. 

Workstation atende aos mais altos padrões exigidos para a reprodução assistida
Workstation atende aos mais altos padrões exigidos para a reprodução assistida

De acordo com o coordenador do laboratório, ginecologista e obstetra Mário Approbato, para entender a importância da aquisição de um equipamento como a Workstation, é preciso ter em mente que, no corpo humano, um embrião se desenvolve sem contato com o ambiente externo, enquanto na fertilização in vitro, isso não é possível. “A gente tem uma pele que nos protege de bactérias, vírus etc. porque temos um sistema imunológico maduro e completo. Agora, imagine um ambiente externo desde o começo da vida do embrião”.  Por isso, aspectos como a temperatura, umidade e pressão do ambiente precisam ser controlados. 

Reprodução Humana

Segundo o pesquisador, nos últimos 20 anos, os laboratórios que realizam reprodução assistida em todo o mundo passaram a adotar parâmetros cada vez mais avançados para se adequar às exigências dos órgãos de controle como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). “A ANVISA exige que, para manusear um embrião, você deve ter um ambiente chamado ISO 5, ou seja, com um máximo de 10 mil partículas no ar. Parece muito, mas para você ter uma ideia, se você passar um rímel no seu olho e piscar, isso libera 1 milhão de partículas no ar”, explicou.  

A Workstation tem um ambiente ISO 5. Nela, os pesquisadores podem fertilizar e manusear o embrião com o máximo de segurança possível. “Ela não permite que você respire em cima do embrião, porque ela tem um fluxo de ar que empurra tudo o que você respira, então não chega no embrião. Além disso, ela tem temperatura controlada e o chamado filtro HEPA, que não deixa os chamados VOCs entrarem em contato com o embrião”, afirmou Mário Approbato. Os VOCs são compostos orgânicos tóxicos presentes no ambiente.

Desafios

Após o primeiro contato com o equipamento, ainda na Europa, Mário Approbato falou com o então pró-reitor de pesquisa e inovação e atual vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho, para solicitar a compra da Workstation pela universidade. A demanda foi atendida e a aquisição foi realizada ainda em 2019, tornando a UFG a primeira universidade do Brasil a adquirir essa tecnologia. No entanto, a chegada do equipamento ao prédio onde está localizado o LabRep revelou um desafio: o tamanho da Workstation não era adequado para o espaço disponível.

Mario Approbato - coordenador do Laboratório de Reprodução Humana (LabRep)
Mário Approbato, coordenador do Laboratório de Reprodução Humana (LabRep) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás

A primeira tarefa foi passar o equipamento pela porta, o que se revelou impossível. A solução criativa encontrada pelos pesquisadores foi usar um guindaste e retirar parte da parede de vidro do terceiro andar. No entanto, uma nova preocupação surgiu: seria preciso avaliar se o piso aguentaria o peso da Workstation. “Começamos a ir atrás do pessoal da Seinfra [Secretaria de Infraestrutura da UFG], para que o engenheiro que fez os cálculos estruturais avaliasse. Só depois o equipamento foi instalado”.

O vice-reitor da UFG, Jesiel Carvalho, destacou a importância da atuação da Seinfra e da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (FUNDAHC) para que a missão fosse concluída com sucesso. “A instalação do novo equipamento do LabRep envolveu uma grande complexidade, mas felizmente ela foi concluída com o apoio da Seinfra e da FUNDAHC, que nos ajudaram a fazer os ajustes necessários”. Jesiel Carvalho destacou ainda que a UFG sempre busca oferecer todo o apoio para que desafios como esse sejam vencidos. “Cada situação tem as suas especificidades e a universidade busca as melhores condições para concluir todos os projetos”.

Centro de Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da UFG

O novo equipamento vai aperfeiçoar ainda mais a prestação de um dos serviços que recebem maior demanda na UFG. A reprodução assistida está em primeiro lugar no ranking de assuntos das mensagens que a universidade recebe por meio do “Fale Conosco”, um dos canais que a comunidade usa para dialogar com a instituição. 

O LabRep oferece tratamentos de alto custo a pessoas sem condições financeiras para realizá-los em instituições particulares, onde os valores são mais elevados. O espaço faz parte de um projeto de extensão da UFG e realiza procedimentos como fertilização in vitro, inseminação, inseminação com sêmen doador, microcirurgia de trompas, coito programado, entre outros.  Em janeiro de 2022, o LabRep realizou mais de 150 consultas e 120 exames de ultrassom. 

Os pacientes atendidos são encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). O Centro de Reprodução Humana oferece serviços especializados, como inseminação intra uterina, espermograma, fertilização In Vitro, e transferência de embriões. O serviço é realizado por professores, médicos, biomédicos, enfermeiros, psicólogos e técnicos de enfermagem.

Sobre o Digital LAB

O Digital LAB é um laboratório da UFG 100% digital, com atuação no ensino, na pesquisa e na extensão universitária. Desenvolve parcerias com instituições museais e assemelhados, oferece serviços digitais para os públicos de escolas e da sociedade em geral, disponibilizando exposições em 360º (tour virtual), escaneamento e apresentação de imagens, obras de arte, artefatos e elementos têxteis em 2d e 3d.

O tour 360º é produzido a partir da captura de imagens panorâmicas equiretangulares, através do uso de um tipo de máquina fotográfica que funciona distintamente dos dispositivos tradicionais, pois captura imagens em todas as direções, ou seja, de maneira panorâmica. 

O Digital LAB tem procurado fortalecer as relações internas na UFG a partir de parcerias que pode resultar em variadas ações digitais, desde a digitalização de documentos e acervos, até a curadoria e produção de exposições. Para mais informações acesse digitallab.ufg.br

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