Março lilás: Prevenção ao Câncer de Colo de Útero
No mês dedicado à mulher, atenção especial a região íntima é fundamental para manter o bem-estar
Março Lilás é o nome da campanha que promove ações de saúde e alerta as mulheres sobre a importância dos exames ginecológicos regulares para evitar doenças que acometem a genitália, com ênfase para o câncer de colo de útero.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Também chamado de câncer cervical, é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano - HPV (existem mais de 100, dentre os quais 40 afetam a vaginal e o ânus). Para 2023 a expectativa é o registro de 17.010 novos casos, o que representa 13,25 casos a cada cem mil mulheres.
A prevenção é o método mais eficaz para evitar o surgimento do câncer de colo de útero. Em caso de dúvidas, realize uma consulta com o médico ginecologista. Foto: Beepsaude.
Sintomas
A infecção genital recorrente por HPV provoca alterações celulares que evoluem para o câncer de maneira silenciosa. “A forma de desenvolvimento da doença é lenta, por isso, algumas pacientes não sentem nada no início. Os sintomas surgem na fase avançada e podem ser sangramento durante ou depois da relação sexual, dores nas relações sexuais, dores no pé da barriga, corrimentos volumosos com odor forte. Por este motivo, prevenir é melhor do que tratar”, afirma Danyelle Amorim de Lima, coordenadora Gineco-obstétrica do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI).
Causas
De acordo com a Dra. Danyelle, além do HPV, existem outros fatores relacionados que contribuem para o surgimento do câncer de colo do útero: “Os principais fatores de risco são início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros sem proteção, higiene inadequada, histórico familiar e o tabagismo”.
Prevenção
A prevenção é feita por meio da vacina do HPV. Desde 2014, o Ministério da Saúde a incluiu no Plano Nacional de Imunizações, disponibilizando o imunizante gratuitamente na rede pública de saúde. Além das meninas, em 2017 a vacina foi aprovada para meninos, já que o vírus também pode causar câncer genital em indivíduos do gênero masculino. Portanto, crianças e adolescentes com idade entre 09 e 14 anos podem ser vacinadas.
Outra forma de prevenção é realizar anualmente o exame Papanicolau, indicado para mulheres que já tenham iniciado a vida sexual. O ginecologista avalia o exterior da vagina, observando se existe corrimento ou alguma anormalidade e, logo após, é inserido o aparelho espéculo vaginal (conhecido como bico de pato) para visualizar o colo do útero. É coletada uma amostra de tecido uterino com espátula ou cotonete diretamente do órgão, a qual será analisada em laboratório clínico.
O uso de preservativo durante a relação sexual é uma forma de se proteger do HPV e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), portanto, é indispensável.
Diagnóstico
Se diagnosticado precocemente, as chances de cura da doença chegam a 80%. Para tal, os médicos analisam os resultados dos seguintes exames:
- Exame pélvico: Análise do útero, ovário e reto através de avaliação com espéculo, toque vaginal e toque retal;
- Exame preventivo papanicolau;
- Colposcopia: Este exame permite a visualização da vagina e do colo de útero por meio do aparelho colposcópio, que detecta lesões na região.
Tratamento
A forma de tratamento irá depender do estágio da doença, tamanho do tumor e os aspectos pessoais de cada paciente, como idade, peso e comorbidades. O mais comum é a realização de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia, efetuadas de forma isolada ou em combinação. Quanto mais rápido for o início do tratamento, maiores são as chances de cura.
Fontes
https://antigo.inca.gov.br/publicacoes/relatorios/dados-e-numeros-sobre-cancer-do-colo-do-utero-relatorio-anual-2022
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/colo-do-utero
https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/incidencia#:~:text=No%20Brasil%2C%20exclu%C3%ADdos%20os%20de,mulheres%20(INCA%2C%202022).
https://drauziovarella.uol.com.br/mulher/cancer-de-colo-do-utero/#:~:text=O%20c%C3%A2ncer%20de%20colo%20do,surgimento%20do%20c%C3%A2ncer%20de%20p%C3%AAnis.
Por Jéssica Valério, estagiária de comunicação
Edição de Monique Pacheco, assessora de comunicação da FUNDAHC
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