Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo 2023

02 de abril: Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo

Em 02/04/23 13:18. Atualizada em 07/07/23 22:42.

Data estabelecida pela ONU em 2007 é importante para debater sobre o transtorno que atinge 70 milhões de pessoas no mundo

 

Com a evolução tecnológica, acesso à internet e os avanços dos estudos científicos, hoje é mais fácil pesquisar e obter respostas sobre o Transtorno de Espectro Autista (TEA). Mas, imagine há 27 anos? Foi observando a limitada progressão da fala do filho Bruno que a odontóloga Yvana de Carvalho, durante uma consulta com o neuropediatra, soube do quadro da criança. “Ele tinha três anos quando foi diagnosticado, um momento desesperador porque eu não conhecia nenhuma pessoa com autismo. Precisei buscar informações para ajudar meu filho”, afirma.

Bruno filho Yvana -  Dia Mundial de Conscientização sobre o AutismoBruno e o irmão em atividade de inclusão

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que surge na infância. É caracterizado por desenvolvimento atípico com algumas manifestações neurológicas, distúrbios de fala e na comunicação e/ou movimentos estereotipados. Além disso, pessoas com autismo podem expressar interesses restritos nas atividades do dia a dia. “As manifestações podem começar já nos primeiros meses de vida, mas o diagnóstico só é feito após dois anos de idade, quando os sintomas ficam mais evidentes”, explica Fabiana Calaça de Moraes, Coordenadora de Pediatria do Hospital e Maternidade Dona Íris (HMDI).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem no Brasil dois milhões de pessoas com TEA. Pelas dificuldades de interagir socialmente e devido aos comportamentos característicos, infelizmente ainda é comum este grupo ser vítima de preconceito. Para Yvana, a coletividade precisa se informar a fim de evitar a discriminação. “Aceitar, olhar com empatia e,  especialmente, com respeito. Entendendo a diferença, porque cada pessoa é diferente da outra. Entre os autistas também é assim, cada um tem um comportamento particular. Então, a sociedade precisa respeitar”, declara.

Diagnóstico

Já que os  sinais do TEA podem surgir nos primeiros meses de vida do bebê, é importante os pais estarem atentos ao comportamento do filho para que seja diagnosticado precocemente, como afirma a Dra. Fabiana: “Fazemos o acompanhamento da criança ao longo dos anos. São aplicados vários questionários para identificar o grau de comprometimento da fala, interação social, agitação e agressividade. Tudo é avaliado pela neuropediatria e neuropsicologia com a finalidade do paciente ter o melhor prognóstico possível.

Em crianças mais velhas e adolescentes, os sinais de TEA geralmente são observados pelos professores, responsáveis ou cuidadores. Já em adultos, os sintomas do autismo podem ser confundidos com outros transtornos, atrapalhando o diagnóstico correto.

O TEA pode ser classificado de acordo com o grau de dependência de suporte, podendo ser autismo leve, moderado ou severo:

  • Grau 1 - leve: A pessoa necessita de pouco suporte, apresenta dificuldades na comunicação, mas isto não limita sua interação social;
  • Grau 2 - moderado: Neste caso, o indivíduo possui déficit na comunicação verbal e não verbal. Precisam de suporte para o aprendizado e interagir com outras pessoas.
  • Grau 3 - severo: Os déficits na comunicação são graves e a capacidade cognitiva é prejudicada, fazendo com que demandem suporte nas atividades cotidianas.

Tratamento

A Lei nº 12.764 de dezembro de 2012, conhecida como Lei Berenice Piana, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Ela estabelece o direito dos autistas ao diagnóstico precoce, acesso facilitado ao tratamento, terapias e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O tratamento da pessoa com TEA será conforme os sintomas apresentados, sendo conduzido por equipe multiprofissional composta por fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, médicos, nutricionistas e psicopedagogos.

Por Jéssica Valério, estagiária de comunicação 
Edição de Monique Pacheco, assessora de comunicação da FUNDAHC
comunicacao@fundahc.com.br 

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