Médico da Maternidade Nascer Cidadão faz alerta para os riscos da amamentação cruzada
Entre os motivos da contraindicação está o contágio do bebê por doenças infecciosas através do leite de outra lactante que não é a mãe biológica
No mês da campanha “Agosto Dourado”, mês de incentivo ao aleitamento materno, é importante alertar a população sobre a prática da amamentação cruzada, onde uma mulher amamenta o filho de outra, que foi comum em tempos passados, mas hoje é amplamente desaconselhada por profissionais e órgãos oficiais de saúde. De acordo com Sebastião Leite, médico pediatra da Maternidade Nascer Cidadão (MNC), essa prática traz diversos riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, sendo atualmente contraindicada em qualquer ambiente, especialmente em hospitais, maternidades e unidades de saúde.
“No passado, a amamentação cruzada era vista como uma solução para situações em que uma mãe tinha dificuldades para amamentar, seja por falta de leite ou por outras complicações. Era comum ver mães oferecendo seu leite a bebês de familiares ou conhecidas”, explica Sebastião.
De acordo com o médico, o leite materno pode transmitir vírus, bactérias e outros agentes infecciosos que podem ser perigosos para um bebê que não é filho biológico da mulher que está amamentando. Além disso, um dos principais problemas relacionados à amamentação cruzada é o impacto negativo na autoestima da mãe biológica, pois quando uma mãe recorre ao leite de outra mulher, pode desenvolver a sensação de que seu corpo é incapaz de produzir leite suficiente para seu próprio filho, é o que explica Rafaela Marciano, psicóloga do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI).
“Existe uma romantização muito grande em torno da maternidade e da amamentação, que muitas vezes associa a ideia de uma ‘boa mãe’ a mulher que amamenta. No entanto, há muitos casos de mulheres que não conseguem amamentar, e isso pode levar a uma baixa autoestima e a outros sentimentos que podem dificultar ainda mais o puerpério, um período já bastante desafiador, afetando a vinculação da mãe com o filho. Por isso, é recomendado buscar a orientação de um profissional de saúde”, afirma a psicóloga.
Sebastião Leite, reforça que as mulheres que não conseguem amamentar seus filhos devem procurar ajuda no Banco de Leite Humano ou Posto de Coleta de Leite Humano mais próximos de sua residência. “Os profissionais de saúde estão preparados para apoiar mães que enfrentam dificuldades na amamentação, sem recorrer à amamentação cruzada. Em vez de oferecer o peito a um bebê que não é seu, a orientação é levar a mãe que está com dificuldades a uma unidade de saúde, onde as causas das dificuldades na amamentação podem ser investigadas e tratadas de maneira segura e eficaz”, afirma o médico.
A MNC conta com um Banco de Leite Humano que realiza a pasteurização do leite materno doado, que consiste no processo térmico para eliminar bactérias e outros microrganismos potencialmente nocivos, preservando ao máximo os nutrientes e propriedades benéficas do leite materno. Sebastião Leite destaca que este processo é muito importante porque o leite doado por mães lactantes é tratado para garantir a segurança dos bebês que receberão o alimento.
Apoio à gestante
Está com dificuldades para amamentar? Entre em contato por WhatsApp com as seguintes unidades de saúde e agende um atendimento:
Banco de Leite Humano da Maternidade Nascer Cidadão (MNC)
Telefone: (62) 99623-5215
Posto de Coleta de Leite Humano - Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI)
Telefone: (62) 99604-7570
Posto de Coleta de Leite Humano - Hospital da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC)
Telefone: (62) 3121-6265
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Fonte: Ascom/Fundahc
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