Lab-Rep-HCUFG

Serviço de Reprodução Humana do HC-UFG é sinônimo de excelência em tratamentos acessíveis de fertilização assistida

On 10/02/24 09:36 . Updated at 10/02/24 19:10 .

O LabRep está entre os projetos gerenciados pela Fundahc/UFG desde 2013 e atende aproximadamente 240 casais mensalmente 

Lab-Rep-HCUFG

O Laboratório de Reprodução Humana (LabRep), do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG), destaca-se como um dos principais centros de referência em tratamentos de reprodução assistida para casais de baixa renda no país. Fundado em 1989 como um projeto de extensão da UFG, o laboratório oferece alternativas de fertilização para casais que compram apenas parte dos materiais utilizados em seus procedimentos. O diretor do LabRap, Mário Approbato, estima que cerca de 240 são atendidos no centro mensalmente. 

No LabRep são realizados uma série de procedimentos de baixa e alta complexidade, como fertilização in vitro (FIV), inseminação artificial, congelamento de embrião, espermograma, microcirurgia de trompas e coito programado. O laboratório está equipado com tecnologia de ponta, incluindo incubadora  time-lapse, capela de entrega de embriões e uma estação de trabalho que simula o ambiente uterino, garantindo condições seguras para o desenvolvimento embrionário.

Como ter acesso ao serviço

O atendimento no Laboratório de Reprodução Humana usa a logística do Sistema Único de Saúde (SUS) e é destinado a casais que se enquadram em critérios específicos de idade e condições de saúde. A primeira consulta é uma unidade básica de saúde e, em Goiânia, ela pode ser agendada pelo WhatsApp do Teleconsulta (62) 3524-6305. Nesse primeiro atendimento será realizado o encaminhamento para o LabRep. 

A idade máxima para a primeira consulta é de 38 anos, e o tratamento só é oferecido para mulheres com até 39 anos. Além disso, o índice de massa corporal (IMC) do paciente deve ser inferior a 31, e a paciente não pode ter mais de duas cesáreas prévias, entre outros critérios que estão disponíveis no site https://labrep.hc.ufg.br

Atualmente, o tempo de espera para o início do tratamento gira em torno de um ano. Approbato explica que o LabRep atende não só pessoas de Goiânia, mas de outros estados e até brasileiros que moram fora do país e buscam o centro para tratamento a um custo menor. “Devido à alta procura por atendimento no LabRep, temos uma fila de espera para o encaminhamento para o centro, e após a avaliação, novamente há um tempo de espera para cada tipo de procedimento”, explica o diretor. 

Wélida Maiara, 33 anos, é  biomédica e descobriu o LabRep por meio de uma amiga médica. Após passar por diversos tratamentos sem sucesso devido à endometriose profunda, ela foi encaminhada pelo posto de saúde em junho deste ano e iniciou o processo de reprodução assistida no LabRep. Com expectativas elevadas, Wélida destaca a segurança que se sente ao ser tratada em um ambiente universitário, com acompanhamento constante de profissionais experientes. “Aqui, eles priorizam nossa saúde antes de qualquer tratamento, o que não aconteceu em tentativas anteriores. Assim que cheguei aqui fizeram toda uma investigação da minha condição de saúde e estou com grandes expectativas com o tratamento”, afirmou.

A história do LabRep

A origem do LabRep remonta a 1986, quando foram iniciadas as atividades, realizando pesquisas com animais e oferecendo serviços de baixa complexidade em reprodução humana, como inseminação artificial e coito programado. Já em 2003, o laboratório alcançou uma conquista histórica com o nascimento do primeiro "bebê de proveta" de Goiás, por meio de Fertilização In Vitro (FIV) realizada no HC-UFG.

Approbato, que foi um dos idealizadores do projeto e está à frente dele desde o início, conta que com o passar dos anos, o laboratório expandiu sua estrutura e serviços, tornando-se o único na região Centro-Oeste a oferecer fertilização assistida com um corpo clínico qualificado, composto por médicos, biomédicos, psicólogos, enfermeiros e residentes dentro de uma universidade pública. 

Outro ponto importante é o caráter acadêmico do LabRep. O espaço serve como campo de estágio para alunos da UFG e de outras instituições particulares, ampliando as oportunidades de aprendizado prático para futuros profissionais da área da saúde, especialmente na reprodução assistida. Atualmente, o LabRep oferece um programa de mestrado, doutorado e residência em Reprodução Assistida.  

primeiro-bebe-labrep-fiv

 

Causas da infertilidade

Approbato explica que a infertilidade é uma condição que afeta tanto homens quanto mulheres, sendo um problema compartilhado por ambos os parceiros. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) , o homem é responsável por 50% dos casos de infertilidade. “Entre as principais causas masculinas estão disfunções sexuais e ejaculatórias, varicocele (veias dilatadas nos testículos), infecções e uso de esteroides anabolizantes, muito comuns entre homens que frequentam academias”, afirma o ginecologista. 

Nas mulheres, as causas mais comuns incluem oclusão tubária, sequelas de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), laqueadura, endometriose, alterações hormonais e, principalmente, a idade. A partir dos 35 anos, a qualidade e a quantidade dos óvulos começam a diminuir significativamente, diminuindo as chances de gravidez. Especialistas apontam que o período ideal para engravidar é entre os 20 e 30 anos.

Para Approbato, a importância de um centro especializado como o LabRep vai além do atendimento médico. “Nós trabalhamos em três eixos: ensino, assistência e pesquisa, isso garante que o laboratório siga avançando no entendimento das diversas causas de infertilidade, proporcionando não só tratamento, mas também conhecimento para casais que enfrentam esse desafio. Além disso, somos um campo de estágio, onde os alunos de pós-graduação atuam e dessa forma estamos sempre formando novos profissionais para o mercado”, pontua o médico. 

 mario-approbato

Gestão do projeto 

Desde 2013, a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG) desempenha um papel estratégico no gerenciamento administrativo e financeiro do Laboratório de Reprodução Humana (LabRep). Esse apoio é essencial para o bom funcionamento do laboratório, que oferece tratamentos de reprodução assistida para a população de Goiás e outras regiões através de um projeto de extensão de baixo custo da UFG.

De acordo com Bruno Moreira, analista de projetos da Fundahc, a fundação atua na gestão dos recursos, na compra de insumos e na contratação de bolsistas e profissionais. “Fazemos toda a gestão administrativa e financeira do projeto, desde a compra de materiais até a contratação de bolsistas”, explica Bruno. Além disso, a Fundahc coordena a contratação de pessoal externo quando necessário, complementando o quadro de profissionais lotados pela Universidade Federal de Goiás (UFG), como coordenadoras, enfermeiras e biomédicas.

A Fundahc, além de gerenciar os recursos e contratar pessoal para o funcionamento adequado do laboratório, também garante parte da manutenção do espaço, que se localiza dentro do Hospital das Clínicas da UFG. Desde a apresentação do novo espaço do LabRep em 2013, a fundação tem contribuído para a estabilidade e continuidade dos serviços, permitindo que o laboratório se mantenha como referência no Estado.

O LabRep é um projeto social, o que significa que os pacientes pagam apenas pelo material utilizado em seus procedimentos. O gasto maior é com os procedimentos de fertilização assistida que gira em torno de R$1.650, valor significativamente inferior aos R$12 mil que são cobrados no mercado específico, além do custo com medicamentos que também podem ser comprados com até 40% de desconto, graças a parcerias do LabRep. Esse diferencial faz com que o laboratório se destaque no atendimento a casais que buscam o sonho de ter filhos e não possuem condições financeiras para fazer tratamentos em clínicas privadas.

Approbato explica que, quando sobram embriões que apresentam qualidade para congelar, eles devem, obrigatoriamente, ser resfriados a uma temperatura muito baixa e armazenados em nitrogênio líquido, conforme determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nestes casos, com um custo adicional menor.

Essa parceria entre a Fundahc e o LabRep evidencia a importância do gerenciamento técnico e administrativo de instituições públicas no desenvolvimento de projetos sociais voltados para a saúde da população, promovendo o acesso a tratamentos que, de outra forma, estariam fora do alcance de grande parte dos casais atendidos.

lab-rep-2024

 

Texto e fotos: Thalita Braga e Arquivo do LabRep 

Categories: Notícias Principais