Banco de Leite que atende maternidades municipais de Goiânia faz apelo para doação de leite materno durante o Novembro Roxo
Redução de 40% nas doações coloca em risco o abastecimento para bebês prematuros atendidos nas maternidades da capital
Durante o mês que reforça a campanha nacional de conscientização sobre a prematuridade - Novembro Roxo, o Banco de Leite Humano da Maternidade Nascer Cidadão em Goiânia alerta para uma queda de 40% nas doações de leite materno. A unidade é responsável por fornecer leite humano para os bebês prematuros das três maternidades municipais — Dona Iris, Célia Câmara e Nascer Cidadão —, que necessitam desse alimento essencial para o desenvolvimento e recuperação.
Segundo o coordenador do Banco de Leite Humano, pediatra Sebastião Leite, a redução nas doações afeta diretamente o atendimento dos bebês em estado crítico nas UTIs neonatais. “O leite materno é essencial para prevenir infecções e promover o desenvolvimento adequado dos recém-nascidos prematuros, que têm maior vulnerabilidade a problemas de saúde. Precisamos de pelo menos 115 litros mensais para manter o abastecimento regular, mas a queda nas doações tem comprometido essa meta”, explica o pediatra.
O leite humano (leite materno pasteurizado) é distribuído para bebês em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e Unidades de Cuidados Intensivos Intermediários (UCINs). Dessa forma, a maior demanda vem do HMDI e do HMMCC, onde atendemos, em média, 108 bebês mensalmente. Na MNC, são atendidos, em média, 28 bebês por mês.
A campanha Novembro Roxo, promovida pelo Ministério da Saúde, busca prevenir e conscientizar sobre a prematuridade, condição que afeta 15 milhões de crianças anualmente em todo o mundo, sendo a principal causa de mortalidade infantil nos primeiros cinco anos de vida. A data também promove ações de saúde pública para reduzir as taxas de nascimentos prematuros, condição que aumenta a necessidade de suporte nutricional adequado para a recuperação neonatal.
Os bebês prematuros enfrentam maior risco de desenvolver problemas neurológicos e são expostos a estressores durante a internação em unidades neonatais. “O leite materno, além de atuar como ‘primeira vacina’, reduz o risco de infecções e promove o fortalecimento dos órgãos em desenvolvimento, auxiliando na recuperação desses recém-nascidos”, afirma Sebastião.
Como doar leite materno em Goiânia
As mães que estão amamentando e desejam se tornar doadoras podem procurar uma das três maternidades municipais para realizar o cadastro. Após a inscrição, as equipes das unidades de saúde fornecem frascos esterilizados para coleta e agendam visitas semanais às residências das doadoras, facilitando o processo e garantindo a segurança da coleta.
Além da doação, o Banco de Leite também oferece assistência às mães, ensinando técnicas de amamentação e armazenamento correto do leite. O diretor-técnico da Maternidade Dona Iris, Affonso Honorato, destaca a importância de reforçar o suporte às lactantes. “É comum que algumas mães deixem de amamentar por falta de orientação, e nossas equipes estão preparadas para apoiá-las em cada etapa. Queremos assegurar que todas as mães tenham o apoio necessário para manter a amamentação, que é tão benéfica tanto para a saúde do bebê quanto para o vínculo familiar”, afirma.
O Banco de Leite Humano da Maternidade Nascer Cidadão e os Postos de Coleta de Leite Humano nas demais maternidades estão disponíveis para orientar e receber as doações, mediante agendamento:
- Banco de Leite MNC: atendimento todos os dias da semana, das 7h às 11h e das 13h30 às 15h30. Informações pelo telefone (62) 3299-1919 ou WhatsApp (62) 99623-5215.
- Posto de Coleta do HMDI: aberto diariamente das 7h às 19h. Informações pelo telefone (62) 3956-8887 ou WhatsApp (62) 9604-7570.
- Posto de Coleta HMMCC: funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Informações pelo telefone (62) 3121-6265.
A doação de leite materno, especialmente durante o Novembro Roxo, é um ato de solidariedade e amor que pode salvar vidas. O Banco de Leite de Goiânia convida todas as mães lactantes a se informarem e colaborarem para que mais bebês possam receber o alimento essencial para suas vidas e desenvolvimento.
Texto e fotos: Thalita Braga
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