Pediatra da Maternidade Dona Iris alerta sobre a importância dos testes rápidos em recém-nascidos
Exames realizados nos primeiros dias de vida podem identificar doenças graves
Os primeiros dias de vida de um bebê são fundamentais para garantir que ele tenha um desenvolvimento saudável. Para isso, os chamados testes rápidos realizados após o nascimento desempenham um papel essencial. A pediatra Ana Paula Barbosa, do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), destaca que os testes do olhinho, da orelhinha, da linguinha, do pezinho e coraçãozinho são obrigatórios e possibilitam identificar precocemente condições que podem impactar significativamente a saúde do recém-nascido. “São testes de triagem que permitem detectar, de forma precoce, alterações no bebê. Quanto mais cedo identificarmos e intervirmos, melhor será o impacto na vida dele”, afirma Ana Paula.
A médica explica que cada teste tem prazos específicos para serem realizados. “O Teste do Coraçãozinho, por exemplo, deve ser feito entre 24 e 48 horas de vida, antes de o bebê receber alta. Ele serve para identificar cardiopatias críticas que, se não tratadas desde cedo, podem trazer sérios riscos à vida”, esclarece Ana Paula. Já o Teste da Orelhinha, que verifica a saúde auditiva do bebê, também deve ser feito até o 30º dia de vida. “O procedimento é simples: uma pequena sonda é colocada no ouvido do bebê para emitir sinais sonoros, e o retorno desses sinais indica se a via auditiva está saudável”, esclarece Ana Paula.
A pediatra orienta que o Teste do Pezinho, deve ser realizado preferencialmente entre o 3º e o 7º dia de vida, para detecção de doenças metabólicas e genéticas. “Embora possa ser coletado até os 30 dias de vida, o ideal é que seja realizado o mais cedo possível. No SUS, esse tipo de teste identifica condições como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, entre outras.”, destaca a médica.
Outros exames importantes são os testes da Linguinha e do Olhinho. “O Teste da Linguinha identifica a anquiloglossia, uma condição que pode prejudicar a amamentação e, futuramente, a fala e a mastigação. Já o Teste do Olhinho, ajuda a detectar problemas visuais, como catarata e glaucoma congênito, e deve ser realizado preferencialmente até o 30º dia de vida”. Segundo Ana Paula, quando essas condições são identificadas precocemente, é possível iniciar o tratamento no momento certo.
Acesso pelo SUS
Ana Paula destaca que todos esses exames são garantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Quando não são realizados ainda na maternidade, o pediatra entrega os encaminhamentos necessários para que os responsáveis agendem os testes na rede pública. E, caso algum exame não tenha sido feito, a mãe deve procurar a unidade de saúde mais próxima para assegurar que o bebê seja avaliado o quanto antes”, orienta a pediatra.
A boa notícia é que o SUS oferece suporte completo para os casos em que os testes apresentam alterações. “Para todas as doenças detectadas, existem centros de referência e profissionais especializados que garantem o acompanhamento e o tratamento necessários no SUS”, explica a pediatra.
A profissional destaca ainda que o serviço vem sendo ampliado. “Nos próximos anos, por exemplo, o Teste do Pezinho incluirá a triagem de até 55 doenças, um avanço significativo para a saúde neonatal no Brasil. Em Goiânia, já implementamos uma das etapas dessa ampliação, e o cronograma prevê a inclusão gradual das novas doenças nos próximos cinco anos”, detalha Ana Paula.
Texto e fotos: Thalita Braga
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