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Maternidades municipais de Goiânia realizaram mais de 134 mil atendimentos em 2024

On 01/20/25 10:04 . Updated at 01/22/25 09:35 .

Consultas eletivas, exames e atendimentos de urgência e emergência estão entre os serviços mais procurados pelas usuárias que passaram pelas três maternidades da Prefeitura de Goiânia 

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Mesmo diante da crise enfrentada pelas maternidades públicas de Goiânia em 2024, dados mostram que, no decorrer do último ano, o Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), o Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) e a Maternidade Nascer Cidadão (MNC) realizaram mais de 134 mil atendimentos entre consultas, exames, cirurgias eletivas e de emergência, inserção de DIU, testes neonatais e outros serviços. 

Segundo o diretor-técnico do HMDI, Affonso Honorato, só a unidade a qual ele dirige deixou de realizar mais de 200 atendimentos eletivos por dia durante o período de paralisação, que começou em 29 de agosto de 2024 e se estendeu até o final do ano. “A falta de repasses integrais causou um prejuízo muito grande nas três maternidades da capital, ainda assim, mantivemos os atendimentos de urgência e emergência e realizamos mais de 29 mil consultas, 13,3 mil exames e 1,5 mil cirurgias”, pontua. 

Affonso destacou também que, tanto o HMDI como o HMMCC mantiveram, juntas, 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), 30 leitos de Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) (20 convencionais e 10 cangurus). “Esse é um serviço com uma alta taxa de ocupação, uma vez que atendemos tanto os bebês que nascem nas nossas unidades, como os que são transferidos via regulação”, explica. No HMMCC, são ofertados ainda 20 leitos de UTI adulto, que recebem pacientes via Complexo Regulador Municipal. 

Serviço completo

De acordo com dados do Ministério da Saúde, as maternidades municipais de Goiânia são responsáveis por 60% dos nascimentos na capital: juntas, as três unidades realizam, em média, 880 dos 1.400 partos mensais em toda a capital. Mesmo com o número relevante, os serviços vão muito além de partos. As unidades são responsáveis pelos pré-natais de gestantes de alto risco, asseguram atendimento médico de urgência e emergência 24 horas por dia, 7 dias por semana às gestantes, além de ofertar atendimento ambulatorial especializado.

“As maternidades são um espaço completo de cuidado às mães e seus bebês e para as mulheres que procuram atendimentos ginecológicos, obstétricos e de mama. Sem contar o apoio multiprofissional especializado disponível à população. É um serviço de ponta, público e gratuito de referência não só para Goiânia e Goiás, mas para o Brasil”, afirma Lucilene Maria de Sousa, diretora-executiva da Fundahc/UFG, entidade gestora das maternidades.

Diretor-técnico da Maternidade Célia Câmara, Marcelo Cupertino reforça que o SUS tem diretrizes específicas de assistência que garantem este atendimento global ao binômio à mãe e ao recém-nascido. “A partir do momento que a gestante é admitida na unidade e tem o seu bebê, ela precisa seguir internada por no mínimo 48 horas. Nesse período, o recém-nascido passa por todos os testes neonatais obrigatórios: pezinho, orelhinha, linguinha, coraçãozinho e olhinho, além de receber as primeiras vacinas e ser registrado no cartório da unidade. É um serviço completo para a mãe e o bebê totalmente custeado pelo SUS”, destaca. 

Lucilene reforça que, para oferecer um atendimento tão amplo a todas as usuárias, é necessário manter também uma equipe multidisciplinar nas três maternidades. “São enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, biomédicos, odontólogos, nutricionistas, assistentes sociais, que atuam em diferentes frentes na unidade: banco de leite, agência transfusional, laboratório, UTI, enfermarias, refeitório, além das equipes administrativa, de limpeza, hotelaria e segurança, que compõem a estrutura das unidades e permitem atendimento integral para quem busca atendimento."

Produção das maternidades 2024 (parcial até outubro)

Consultas

77.925

Exames 

45.107

Partos 

9.155

Cirurgias 

2.376

 

Banco de Leite 

O diretor da MNC, Rogério Rocha, destaca ainda o serviço indispensável oferecido pelo Banco de Leite Humano (BLH), que funciona dentro da MNC, e dos dois Postos de Coleta de Leite Humano, que funcionam no HMDI e no HMMCC, para o fornecimento de leite para bebês internados e mães que estão com dificuldades na amamentação. Em 2024, 1.130 litros de leite foram pasteurizados no BLH e distribuídos nas três maternidades municipais. “O Banco de Leite da MNC é responsável por receber, testar e pasteurizar todo o leite materno doado nas três maternidades de Goiânia. A demanda média mensal é de 120 litros de leite humano, e para garantir esse volume, nossas equipes estão constantemente incentivando mães a se tornarem doadoras, realizando cadastros e fazendo a coleta desse leite doado nas residências das doadoras. É um trabalho gratificante que salva vidas todos dias nas nossas maternidades”. 

Gestão

Ao discutirmos os custos e os desafios que envolvem a gestão de maternidades, é importante considerar esse panorama mais amplo, já que os partos são apenas um dos diversos serviços prestados nas unidades. Cada maternidade é uma estrutura complexa que atende não só a gestantes, mas mulheres em diferentes fases da vida, e bebês que necessitam de acompanhamento especializado. Desta forma, quando se fala em custos de manutenção, precisamos estar cientes da vasta gama de serviços que são oferecidos nas maternidades municipais de Goiânia. 

Júlio Herbert, coordenador de custos da Fundahc/UFG, entidade gestora das maternidades, explica que dentro de cada serviço oferecido há a incorporação de gastos com enfermeiros, médicos, recepcionistas, colaboradores administrativos, rouparia/lavanderia, alimentação, limpeza, segurança, manutenção, materiais e medicamentos, exames e terapias diversas. “É fundamental levar-se em conta todos esses gastos para manter uma unidade de saúde em funcionamento. Tudo isso é essencial para uma assistência humanizada e de qualidade, buscando sempre a promoção do bem-estar de toda população que necessita dos nossos serviços”, afirma.

Por fim, ao avaliarmos os custos das três unidades, observamos que as internações (27,57%), os partos (20,69%) e os leitos de UTIN/UCIN (15,94%) têm o maior impacto financeiro, refletindo a complexidade e o volume dos atendimentos prestados. Outros serviços, como o pronto-socorro geral (13,56%), UTI adulto (7,50%), cirurgias eletivas/urgência (5,30%), consultas eletivas (5,07%) e enfermaria adulto (4,36%), também compõem os custos, destacando a amplitude e a diversidade dos serviços oferecidos. 

Custos Maternidades

 

Texto: Thalita Braga

Fotos: Ascom Fundahc 

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