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Suplementação de cálcio na gestação: estratégia essencial para prevenção da eclâmpsia

Em 20/02/25 11:51. Atualizada em 20/02/25 11:58.

Obstetra da Maternidade Dona Iris reforça que a suplementação de cálcio pode reduzir em até 55% o risco de pré-eclâmpsia 

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De acordo com informações do Ministério da Saúde (MS), a pré-eclâmpsia é uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil. Para enfrentar essa condição potencialmente fatal, o órgão implementou um protocolo de suplementação universal de cálcio para gestantes atendidas na Atenção Primária à Saúde (APS), reforçando a importância do pré-natal e do acompanhamento médico durante toda a gestação.

A medida está alinhada às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e prevê que todas as gestantes recebam dois comprimidos diários de carbonato de cálcio (1.250 mg, equivalente a 1.000 mg de cálcio elementar) a partir da 12ª semana de gestação até o parto. Estudos indicam que essa suplementação pode reduzir em até 55% o risco de  pré-eclâmpsia, uma condição hipertensiva específica da gravidez que pode evoluir para eclâmpsia e comprometer tanto a vida da mãe quanto a do bebê.

O diretor-técnico do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), Affonso Honorato, destaca a gravidade da doença e a necessidade da prevenção. “A pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva exclusiva da gestação. A partir de 24 semanas, pode-se ter o diagnóstico, sendo que, antes disso, a paciente pode ser uma hipertensa crônica. A suplementação de cálcio é uma recomendação mundial para evitar a pré-eclâmpsia e, consequentemente, a eclâmpsia”, explica.

Affonso explica que a pré-eclâmpsia pode se manifestar através de sintomas como hipertensão arterial, dor de cabeça intensa, inchaço e alterações na função renal e hepática. Quando não tratada adequadamente, pode levar a complicações graves, como descolamento prematuro de placenta, restrição do crescimento fetal e prematuridade. “A pré-eclâmpsia afeta cerca de 6% das gestantes. Dentre essas pacientes, 10% podem ir a óbito devido à doença, tornando essencial o acesso à prevenção e ao tratamento adequado”, alerta o obstetra.

De acordo com o médico, a suplementação de cálcio no pré-natal segue o mesmo princípio da administração de ácido fólico no início da gestação, sendo recomendada para todas as gestantes. “O suplemento pode ser prescrito por médicos e nutricionistas das equipes da Atenção Primária à Saúde e distribuído gratuitamente pelo SUS, garantindo acesso igualitário à prevenção, especialmente para mulheres em situação de vulnerabilidade social”, esclarece Honorato.

O obstetra ressalta que o acompanhamento pré-natal adequado é essencial para a detecção precoce da pré-eclâmpsia e a implementação de medidas preventivas eficazes. “Durante as consultas, profissionais de saúde monitoram a pressão arterial e avaliam possíveis sinais da doença, garantindo que as gestantes recebam orientação adequada e encaminhamento para serviços de maior complexidade, se necessário”, afirma Affonso. 

 

Texto: Thalita Braga 

Fotos: Freepik 

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