Março Amarelo: dor pélvica intensa pode ser sinal de endometriose, alerta ginecologista da Maternidade Dona Iris 

A endometriose é uma doença silenciosa que impacta a qualidade de vida de milhões de mulheres. Segundo o ginecologista e obstetra Affonso Honorato, diretor-técnico do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), o diagnóstico precoce é essencial para minimizar os danos e possibilitar um tratamento adequado. "O principal sintoma da endometriose é a dor pélvica, que tende a piorar progressivamente a cada ciclo menstrual. Além disso, pode haver sangramento intenso, dor durante as relações sexuais e dificuldade para engravidar", explica Honorato. 

De acordo com o médico, muitas mulheres passam anos sem diagnóstico correto devido à semelhança dos sintomas com outras condições ginecológicas, como a doença inflamatória pélvica. O ginecologista destaca que fatores como maus hábitos alimentares, sedentarismo e histórico familiar podem influenciar no desenvolvimento da doença: "A dor não é frescura. Muitas mulheres são descredibilizadas e sofrem sem um tratamento adequado". 

Diagnóstico e tratamento

Honorato explica que a confirmação do diagnóstico de endometriose é feita por exames como ultrassonografia e ressonância magnética. "Não existe um tratamento único. Cada caso precisa ser avaliado individualmente. Muitas pacientes respondem bem ao tratamento medicamentoso, que pode incluir anti-inflamatórios e hormônios para a suspensão da menstruação. Em casos mais graves, a cirurgia pode ser necessária, especialmente para aquelas que enfrentam infertilidade ou dores incapacitantes", esclarece o especialista. 

O ginecologista também ressalta a importância de mudanças no estilo de vida para auxiliar no controle da doença. "Alimentação equilibrada, atividade física e boas noites de sono podem ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a qualidade de vida das pacientes".

Campanha 

O médico reforça a importância da campanha Março Amarelo como instrumento de conscientização sobre a doença. “Temos dois pontos importantes nesta campanha, o primeiro é que dor pélvica não é ‘frescura’, e muitas vezes as mulheres se sentem menosprezadas e excluídas por estarem com dor; segundo é orientar as formas de tratamento adequadas para cada caso. Toda mulher tem direito a ser atendida no SUS, para isso, deve buscar o primeiro atendimento numa unidade básica de saúde e ser encaminhada para uma unidade de referência para atendimento especializado”, afirma Honorato.